terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Ostra De repente uma vontade incontrolável de ser ostra, de viver meu mundo ostra. Mas, afinal? Falar pouco, almoçar sozinha, ficar comigo. Me abastecer de mim, de livros, de filmes e de silêncio. Hoje andei sem rumo e sem destino, após o almoço, pelas movimentadas ruas do centro do Rio de Janeiro O que senti? Não sei. Bem estar? Achar bom estar comigo? Talvez... Mas já não me importa tanto saber. Pelo menos por hora. Não olhei vitrines, não procurei por rostos. Não saí em busca de coisa alguma.... Aliás, não reparei em ninguém. Só queria caminhar e caminhar... e teria caminhado muito mais. Cabeça vazia, não pensar em nada. Foi muito bom. Vivam os loucos. Pena que ainda me resta alguma lucidez... Então, comecei a voltar. Voltei. Incrivelmente com uma melodia na cabeça. Trilha de um filme: A Ostra e o Vento... Por que será? Tipo assim do nada? Bom, o que sei é que a rotina me esperava no mesmo lugar de onde a deixei. Ainda não havia acabado o expediente. Então, debrucei-me no trabalho. Resolvi algumas pendências, ligações e dei rumos a questões outras. Agora, enquanto aguardo uma reunião que começa daqui as 15 minutos, liberto as palavras aprisionadas que, se de alguma forma preguiçam-se de sair da boca, por outro lado borbulham em minha cabeça pipocando pelos dedos afora. Uma ligação avisa que teremos mais uma gravação para o jornal da noite na TV. É preciso preparar o local. Embora sem programação prévia, tudo corre de forma tranquila com a melodia de Chico que não me sai da cabeça. Pego o elevador. O horário da reunião é chegado. Depois será o tempo de deixar o resto do dia escorrer pelos dedos e pelas ruas até que, finalmente, eu esteja em casa. Não tenho mais pressa de nada. Volto e termino esse texto antes de partir. Antes, procuro e encontro o tema do filme A Ostra e o Vento. Ouço a música várias vezes no fone do meu smart e enfim compreendo o que vivi essa tarde. O que o arquivo de minha memória foi buscar tão longe. Demoro mais para partir porque acho o filme na íntegra. Não dá tempo de ver na íntegra na tela do celular .... Mas contento-me com o barulho das gaivotas, do mar batendo e com trilha maravilhosa... Realmente não importa o dia e a rotina. É possível quebra-la aos poucos. Agora, tenho pressa de chegar em casa. Já sei qual será o filme dessa noite. E o que vai me embalar minha noite hoje: o som de Chico, o mar, as gaivotas, meu jeito ostras e a plena consciência da pérola que tenho guardada no meu interior. Linda.... Mas, nesse momento, só minha!

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